A Pastoral da Ecologia Integral e a emergência climática. #COP30

Evento ocorrido em Belém, durante a COP 30, discutiu a contribuição da Pastoral da Ecologia Integral para uma “Igreja em saída”.

Luciano Machado - Pastoral da Ecologia Integral - Regional Sul 1 da CNBB


Ocorreu no dia 14/11, no auditório do Colégio Gentil Bittencourt, centro de Belém - PA, o evento “A Contribuição da Pastoral da Ecologia Integral diante dos desafios das emergências climáticas”, promovido pela Pastoral da Ecologia Integral da Arquidiocese de Belém e Articulação das Pastorais da Ecologia Integral do Brasil, concomitante a programação geral das atividades da “Igreja na Cop 30”, da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.


O evento, que ocorreu com a presença de aproximadamente 100 pessoas, contou com a apresentação e mediação de Ângelo Ignácio, da Pastoral da Ecologia Integral do Regional Leste 1, e de Kátia Santos, da Pastoral da Ecologia Integral da Arquidiocese de Belém. A acolhida foi realizada pelo diácono Edward Aquino, coordenador da Pastoral da Ecologia Integral da Arquidiocese de Belém e idealizador do encontro. A oração inicial foi preparada pela Irmã Cecília Miranda, da mesma pastoral, com a mística que incluiu o canto de "Irmão Sol com Irmã Luz", inspirado em São Francisco de Assis.


 

Dom Evaristo Spengler na mesa de abertura do encontro. 

Fonte: PASCOM Arquidiocese de Belém.


Público presente no evento. 

Fonte: PASCOM Arquidiocese de Belém.

A mesa de abertura foi composta por Dom Evaristo Spengler (REPAM - Rede Eclesial Pan-Amazônica e Diocese de Roraima), Dom Vicente Ferreira - CEEM (Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração da CNBB e Diocese de Livramento de Nossa Senhora - BA), Dom Hudson Ribeiro (bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus) e Pe. Renilson (Articulador das Pastorais Sociais do Regional Norte 2 CNBB). Nesta parte inicial, os bispos concordaram em suas falas em como as mudanças climáticas afetam todas as áreas da vida, especialmente populações vulnerabilizadas, e como a exploração da natureza (dessacralização) em busca do lucro desenfreado, traz como consequências diversos impactos negativos nas águas, nos seres vivos e na destruição dos meios de subsistência das populações tradicionais, tendo como  exemplo a contaminação das águas e das pessoas por mercúrio na Amazônia, ou os desastres consequentes da mineração, como em Brumadinho e Mariana em Minas Gerais.


Vários bispos também saudaram os participantes, por meio de vídeo: Dom Ricardo Hoepers (Secretário-geral CNBB), Dom Roberto Francisco Ferreria Paz (Bispo da Diocese de Campo de Goytacazes - RJ e referencial para a Pastoral da Ecologia Integral do Regional Leste 1), Dom Aparecido Donizeti de Souza (bispo auxiliar da Arquidiocese de Cascavel - PR e referencial para a Pastoral da Ecologia Integral do Regional Sul 2), Dom Eduardo Malaspina (bispo da Diocese de Itapeva - SP e referencial para a Pastoral da Ecologia Integral do Regional Sul 1), e Dom Francisco Cota (bispo de Sete Lagoas - MG e referencial para a Comissão de Ecologia Integral e mineração do Regional Leste 2).


Irmã Tea (CAIC - Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs) e  

Prof. Luciano Machado, coordenador da Pastoral da Ecologia Integral do Regional Sul 

Fonte: PASCOM Arquidiocese de Belém.


A mesa redonda foi dividida em dois momentos, com forte presença e protagonismo dos leigos. A primeira parte contou com a participação do Prof. Luciano Machado, coordenador da Pastoral da Ecologia Integral do Regional Sul 1; Kelly Cristina, da Pastoral a Ecologia Integral da Diocese de Bragança do Pará (representando Dom Raimundo Possidônio); Irmã Tea (CAIC - Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs) e Ir. Afonso Murad (FAJE - Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia). Nas falas foi destacado como a Pastoral da Ecologia Integral tem crescido em vários locais do Brasil após a Encíclica Laudato Si’, possibilitando ações concretas nos territórios e o testemunho da espiritualidade ecológica por meio do profetismo: ouvir e anunciar a Palavra de Deus, ler a realidade, denunciar o que está errado e anunciar a esperança, também com  ações ecumênicas e inter-religiosas e com toda a sociedade.


Antes do intervalo entre as mesas, o ambientalista Mário Mantovani elogiou a atuação da Igreja com a questão ecológica e anunciou a parceria da ANAMMA - Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente com a CNBB, que tem uma proposta de monitoramento das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) em todos os municípios brasileiros.


Jovens do projeto Guardiões Ambientais Ribeirinhos . 

Fonte: Luciano Machado.


A segunda parte da mesa redonda teve a contribuição de Vanalda Araújo (REPAM/ MAM, Diocese de Marabá), Benedito de Queiroz Alcântara (da Pastoral da Ecologia Integral da Diocese de Macapá / Projeto dos Guardiões Ambientais Ribeirinhos), Lisângela Cassiano (RAMA PA - Rede de apoio das mulheres agroflorestais do Pará - Pastoral da Ecologia Integral da Prelazia de Marajó) e Sérgio Brasão (UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia). As contribuições destacaram a valorização da sabedoria popular, citando especificamente o trabalho das mulheres quebradeiras de coco, com mulheres indígenas e comunidades do Sudeste Paraense, e o exemplo do projeto Guardiões Ambientais Ribeirinhos (na Foz do Rio Amazonas), uma iniciativa de leigos e leigas inspirada pela encíclica Laudato Si'. A importância da ciência foi destacada com um olhar crítico, pois deve buscar unir a base científica à voz da população que sofre, destacando problemas cruciais da Amazônia, como o desmatamento e o uso inadequado de queimadas para o preparo do solo.


O encerramento foi realizado com a leitura da carta preparada pela Pastoral da Ecologia Integral da Arquidiocese do Pará e pela Articulação Nacional da Pastoral da Ecologia Integral, solicitando o incentivo à Pastoral da Ecologia Integral, contribuindo com as ações sociotransformadora da Igreja, facilitando a sua acolhida em todas as arquidioceses, dioceses e paróquias do país.


A oração final foi dinamizada com a aspersão da água apresentada na oração inicial, oriunda do derretimento de uma rocha de gelo da Groenlândia, abençoada pelo Papa Leão XIV e trazida da Itália por meio da participação do Prof. Luciano Machado no evento “Espalhando Esperança”, no mês de outubro de 2025, sendo esta misturada com a água de igarapés amazônicos, trazida pelo projeto Guardiões Ambientais Ribeirinhos.


O vídeo com a transmissão da íntegra do evento pode ser assistido AQUI.


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